Se estamos bem com os outros é mais provável que estejamos bem connosco próprios
Nós estamos sempre em relação, com o mundo, connosco próprios e com os outros. Todos temos vários tipos de relações, com os membros da nossa família, com amigos, amorosas, com professores, com colegas de faculdade, com colegas de trabalho, no fundo a nossa vida é um conjunto de relações. Todas estas relações são importantes.
Estar com pessoas de quem gostamos e que gostam de nós faz-nos sentir apoiados e apreciados. No entanto, as relações não são sempre fáceis… e tomar a iniciativa de construir novas relações pode ser desafiante.
Mas existe uma certeza, quanto mais disponibilizamos espaço, no nosso dia a dia, para as relações, mais fortes e importantes elas se tornam. Relações fortes são um fator de suporte e fazem-nos ter sentimentos de pertença, a um grupo, a uma comunidade. No fundo podemos dizer que o nosso bem estar depende das qualidades das nossas relações, se estamos bem com os outros é mais provável que estejamos bem connosco próprios.
Testemunho:
Durante o meu percurso universitário tive de lidar com alguns problemas familiares. Como é de esperar, estes ocupavam completamente a minha cabeça e tiravam-me parte da energia que queria alocar aos estudos. Sabendo que isto poderia afetar gravemente o meu progresso escolar decidi pedir ajuda à psicóloga da minha faculdade. Este apoio demonstrou-se imprescindível: consegui olhar para situação de uma maneira mais clara, aprendi a lidar com ele e até a ajudar alguns dos meus familiares. Assim, incentivo qualquer aluno numa situação parecida a recorrer aos serviços de apoio da sua faculdade, porque, tal como temos ouvido durante os tempos de confinamento, vai mesmo ficar tudo bem.
Maria Sousa
Aluna da Nova SBE
Todas as famílias são diferentes e todos nós gostaríamos de acreditar que temos uma família perfeita
A família faz parte do nosso crescimento, mas ser universitário por vezes exige afastarmo-nos da família e criarmos novas relações com pessoas que entram pela primeira vez na nossa vida. Esta transição implica a par de novos desafios que são enriquecedores também a necessidade de estar de uma forma mais autônoma nestas novas relações.
Quando temos um problema, grande parte das vezes recorremos às pessoas que nos estão mais próximas, à nossa família.
Mas por vezes sabemos que elas não nos vão conseguir entender ou nós não nos vamos sentir à vontade para falar porque podem fazer juízos de valor ou ter uma atitude menos positiva.
Todas as famílias são diferentes e todos nós gostaríamos de acreditar que temos uma família perfeita e quando percebemos que não é verdade sentimo-nos diferentes ou estranhos. Quando isso acontece é bom pedir ajuda a um profissional. Podemos encontrar compreensão e ajuda num profissional porque este pode-nos ajudar a olhar de outra forma para a situação.
Testemunho:
Sempre pensei que a vida era para ser enfrentada a sós. Qualquer que fosse o obstáculo ou dificuldade, pedir ajuda não era uma opção. Ter alguém a desejar o meu sucesso, era sucesso; esperar que alguém me disse-se que errar ou falhar não faria de mim um erro, era uma sonho. Entre as muitas coisas que tive de enfrentar e aprender em terapia, foi descobrir que existe alguém que se comove comigo, que me deseja o melhor e que não me quer ver simplesmente a enfrentar a vida, mas sim vivê-la. Se uma pessoa assim existe, então seguramente encontrarei outras. Todos nós podemo-nos sentir perdidos, tristes ou revoltados com o mundo. Pior que estes sentimentos é sentir que não há alguém para os ouvir, ninguém para ajudar a resolvê-los. Pode haver, mas é necessário estender uma mão e pedir ajuda, esse é talvez o passo mais difícil. A vida não é para ser vivida em isolamento, se sentires que precisas de ajuda estende a mão, haverá alguém sempre disposto a ouvir.
Gonçalo Rodrigues
Aluno da NOVA
Os amigos estão presentes na nossa vida de várias formas
Amigos são importantes para desabafar, conversar, ter confiança suficiente para contar o que sentimos, o que nos preocupa, pedir conselhos sobre como agir em algumas situações e como enfrentar dificuldades, mas também para rir, divertirmo-nos e partilhar momentos de intimidade e solidariedade.
Bons amigos significa que temos pessoas na nossa vida que partilham os bons e os maus momentos.
Na entrada para a Universidade e durante todo o percurso académico, as relações com os amigos constituem um dos principais fatores para a construção da nossa identidade e para a definição dos nossos valores, ideias e opiniões sobre os outros e o mundo.
Os amigos estão presentes na nossa vida de várias formas: podem ser suporte emocional, ajudar-nos a ultrapassar momentos difíceis podem ser uma ajuda quando precisamos de algo concreto ou simplesmente podem-nos ouvir e dar conselhos sobre uma determinada situação, aumentado a nossa autoestima.
A confiança nos amigos, a intimidade partilhada, o respeito e a aceitação são aspectos positivos que são diferentes dos que existem nas relações familiares ou amorosas.
Boas amizades são promotoras de saúde, facilitam a tolerância a medos e ansiedades e ajudam a suportar situações de stress, no entanto também podem envolver sentimentos negativos que podem fomentar exactamente o contrário e é importante perceber que também esses sentimentos fazem parte das relações de amizade. Os conflitos nas relações de amizade podem até ser considerados uma oportunidade para o crescimento da relação.
Mas também podemos sentir que não temos amigos e que invariavelmente nos sentimos sós, ou que embora tenhamos amigos eles nos ignoram ou menosprezam. Se te encontrares em alguma destas situações talvez esteja na altura de falares com um profissional para poderes ter ajuda e compreender o que estás a sentir.
Se conheces alguém ou tens um amigo(a) que sofre emocionalmente ou psicologicamente, fala connosco no chat e, encontraremos a melhor forma para o poderes ajudar.
Testemunho:
A rutura de um relacionamento amoroso, a dificuldade em estabelecê-lo ou até mesmo em terminá-lo são, muitas vezes, as razões que desencadeiam um pedido de ajuda psicológica. Nestes períodos, muito se vive e se descobre de si e dos outros, muitas angústias se sentem, muitas dúvidas invadem o pensamento. A consulta psicológica dá a possibilidade ao jovem de compreender o que é seu e o que é do outro, que estilos de relação estabelece (ou não!) e que recursos internos possui para se reorganizar, recuperar, e viver (mais seguro) experiências relacionais – “deixar que um olhar de novo brilho no seu olhar se enlace” (baseado no poema de Alexandre O`Neil, A Gaivota). A relação amorosa tem um papel fundamental para o amadurecimento do indivíduo e para consolidação da identidade na medida em que é determinante para o conhecimento de si próprio e dos outros.
Júlia Murta
Psicóloga no GAPA/GAVP – FCT NOVA
A situação amorosa atravessa todas as áreas da nossa vida
A entrada na universidade e a vida académica requerem uma grande quantidade de investimento para dar conta das diferentes dimensões que são exigidas na vida de estudante. Implica tempo e disponibilidade para realizar todas as atividades académicas e ao mesmo tempo é suposto ser um período destinado à diversão e ao encontro com o outro, os seus pares e ao início da construção da própria identidade em que a vida afetiva e amorosa se insere.
A situação amorosa atravessa todas as áreas da nossa vida, a dimensão afetiva configura-se como um elemento importante da experiência do estudante universitário.
Existe uma influência, tanto negativa como positiva entre a vida amorosa e o bem estar psicológico onde a primeira interfere na segunda e vice versa.
Se sentes que gostarias de falar com alguém sobre a tua vida afetiva porque não tens um envolvimento amoroso, ou não te sentes valorizado na relação que tens, ou te é difícil de lidar com sentimentos de ciúmes, ou porque de alguma forma a tua relação envolve algum tipo de abuso, ou mesmo porque não consegues ultrapassar o fim de uma relação amorosa não hesites em contactar um profissional para te ajudar.
A sexualidade humana é complexa e inclui dimensões biológicas, sociais, psicológicas e culturais que evoluem ao longo da vida
Há diferentes formas de expressão sexual, esta diversidade contribui para a sensação geral de bem-estar das pessoas e da sua saúde.
Podemos dizer que a saúde sexual é um estado de bem-estar físico, emocional, psicológico e social em relação à sexualidade. Inclui aspectos como a saúde reprodutiva (contracepção, gravidez, prevenção das infeções sexualmente transmissíveis), a vivência da sexualidade com prazer e segurança, sem coerção, violência e discriminação.
Testemunho:
No final de 2016, eu senti que estava no pior momento possível. O meu principal projeto de vida tinha fracassado, estava sem perspetivas de futuro e eu tinha começado a assumir a minha orientação sexual à minha família e aos meus amigos. Eu não sabia que curso queria seguir, tinha muitas dúvidas sobre a minha identidade e a minha personalidade. A mudança veio de forma lenta e progressiva. O apoio psicológico que recebi nessa altura foi fundamental para perceber o que se tinha passado e por que razão o meu projeto de vida tinha falhado. A aceitação que tive por parte dos meus amigos e a ajuda que eles me deram foi também imprescindível para ultrapassar esse período. Foi também nesse momento que conheci uma pessoa muito especial, que me tem apoiado desde então e que tem estado sempre ao meu lado. Pouco a pouco fui recuperando das cicatrizes deixadas pelos embates e pelas mudanças. Foi um processo longo, mas que sei que me deixou mais forte e com mais coragem para desenhar novos projetos e redefinir aquilo que quero para minha vida.
Aluno da NOVA FCSH
Todos nós temos representações sobre nós próprios e sobre os outros
Todos nós temos representações sobre nós próprios e sobre os outros no que se refere a comportamentos, atributos e expectativas relacionadas com o ser-se do sexo feminino ou do sexo masculino, que variam consoante a cultura, a sociedade e/ou o contexto histórico vivido. O conceito de género compreende ainda as relações entre homens e mulheres e é importante para outros conceitos relacionados como a identidade e a expressão de género.
A nossa expressão de género é a forma como cada um de nós exprime a sua identidade de género onde se incluem aspectos como o comportamento, o visual (ex.vestuário), a forma como nos expressamos verbalmente e corporalmente, mas ao contrário desta, a expressão de género corresponde ao que é observado do exterior. A identidade de género é o sentimento (interior) de se ser do género feminino ou do género masculino.
Estes conceitos diferem do sexo, que são as características biológicas que nos definem como homens ou mulheres e das características sexuais, que são características de natureza física, ou seja, características sexuais primárias, como os órgãos genitais internos e externos, e as características sexuais secundárias, manifestas nomeadamente em massa muscular, distribuição capilar, estatura e tom de voz.
A orientação sexual está relacionada com a afetividade para com o outro, ou seja, é uma atração afetiva e/ou sexual por pessoas independentemente do seu sexo. A sexualidade pode-se manifestar num continuum, fluir e mudar ao longo da vida de uma pessoa.
Vamos falar sobre sexo?
Se tens relações sexuais ou se estás a pensar ter é provável que tenhas algumas questões que gostarias de ver esclarecidas.
Para estudantes bolseiros da universidade, o SASNOVA tem um protocolo no âmbito da assistência clínica especificamente na área da saúde da mulher (consultas de ginecologia e de planeamento familiar).
Deixamos-te alguns sites que poderás consultar para saber mais sobre sexualidade:
Sexualidade em Linha – Instagram
Esclarece as tuas dúvidas sobre Saúde Sexual e Reprodutiva